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Planejar

OPA! Tudo bem com vocês?

O resultado da atividade de organização estabelece uma ligação com a atividade de planejar. Ao final da atividade de organização as fontes de renda e de despesas estarão identificadas e seus valores determinados. É o início da preparação do orçamento pessoal/familiar, uma ferramenta muito importante para a gestão das finanças.

Olha só o que dá para fazer com o orçamento:

  • Comparar os valores das receitas e das despesas para saber se a pessoa está gastando mais do que ganha.
  • Calcular as proporções dos itens das receitas e das despesas e determinar o peso, a importância, de cada um deles no orçamento.
  • Definir as melhores datas de pagamento para evitar atrasos e, em consequência, o pagamento de multas e juros.
  • Destinar recursos financeiros para as despesas, ou como se diz, pagar as contas.

Esses pontos são mais fáceis de ver, mas existem outros que o planejamento pode ajudar muito. Um deles é a preparação para o pagamento de despesas em épocas específicas como o IPTU e o IPVA. São despesas significativas e aumentam a necessidade de recursos em época determinada. Em geral usamos o décimo terceiro para ajudar a pagar, mas você pode formar uma reserva durante o ano e suavizar o esforço. Essas despesas devem ser identificadas para planejar o que deve ser feito antes das épocas específicas.

Os imprevistos também podem exigir recursos financeiros consideráveis e o planejamento pode diminuir seus impactos no orçamento. Você pode formar uma reserva financeira para resolver esses problemas. Um vazamento de água é um bom exemplo de imprevisto. Quando ele aparece é preciso resolver o mais rápido possível e requer tempo e dinheiro.

O planejamento inclui as necessidades e os desejos. Quer ver como?

As necessidades são itens indispensáveis, essenciais à vida, ao dia a dia das pessoas independente de qualquer consideração. Os desejos são itens que se quer possuir sejam eles necessários ou não. Opa! Então a lista do supermercado é uma lista que tem necessidades (arroz, café, leite, etc.) e desejos (refrigerante, paçoca, etc.)! Concorda ou não?

A atividade de planejar te ajuda a identificar as necessidades e os desejos. E porque isso é importante?

As necessidades são escolhas mais racionais e os desejos mais emocionais. Ao classificar as necessidades e os desejos, é possível definir prioridades e tomar decisões mais conscientes e estruturadas o que facilita a gestão do orçamento. É com a gestão do orçamento que se sabe se estamos gastando mais do que se ganha (ver se as despesas são maiores que as receitas ou não).

Um bom planejamento pode minimizar problemas com dívidas. Se as dívidas assumidas forem incluídas no orçamento e recursos suficientes forem destinados para quitá-las, é uma boa medida para evitar problemas.

O que se conclui é que a atividade de Planejar pode trazer muitos benefícios. Os destaques:

  • Oferecer uma visão clara e abrangente das finanças pessoais ou familiar.
  • Permitir tomadas de decisões conscientes e estruturadas.
  • Mostrar a disponibilidade, origem e destino dos recursos financeiros.
  • Escolher como destinar os recursos (priorizar as necessidades?).
  • Definir a melhor maneira de usar os recursos (à vista ou a prazo?).
  • Antecipar despesas que acontecem em épocas específicas (IPTU e IPVA, por exemplo).
  • Criar condições para quitar dívidas sem grandes problemas financeiros.
  • Formar reservas financeiras (para lidar com os imprevistos, por exemplo).
  • Prever a movimentação dos recursos do próximo mês e antecipar ajustes caso sejam precisos.
  • Poupar, criando condições para investir.

Planejar é uma atividade simples de explicar, fácil de entender e muito importante. Deve ser realizada com muito cuidado e atenção e revisada periodicamente, pois as despesas têm a capacidade de aumentar maior que as receitas.

E para finalizar meu caro leitor, como é possível incluir os seus desejos no orçamento esta atividade pode trazer bons resultados além dos financeiros. Você pode planejar recursos para atividades de lazer, cursos e muitas outras coisas que podem contribuir para uma vida melhor. Afinal de contas, depois de todo este trabalho nada mais justo que um merecido retorno.

Abraço e até mais!

 

 

Um pouco mais sobre dívidas.

OPA! Tudo bem com vocês?

Em uma postagem anterior (ler aqui) vimos que as proporções de famílias endividadas, segundo a Peic (Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor), são consideráveis. Agora vamos avaliar a composição, os principais elementos, da dívida das famílias brasileiras.

Ficou curioso? Então lá vai:

Tipo de dívida % de famílias
Cartão de crédito 78,0
Carnê 14,4
Financiamento de carro 10,0
Financiamento de casa 8,5

Esses dados são da pesquisa de março de 2019, mas o gráfico que segue mostra que não há diferença muito grande nas proporções desde março de 2018.

Gráfico 1: Percentual de famílias por tipo de dívida.

Observe que o cartão de crédito é disparado o principal elemento das dívidas das famílias brasileiras. Os carnês ficam em segundo lugar, porém muito distante do cartão de crédito. Já vimos que dívidas geradas por financiamentos de valores altos como os de casa e carro podem não criar problemas, desde que se tenha controle sobre o seu orçamento, consiga controlar os gastos. Mas é sempre bom ter atenção especial, pois são financiamentos de valores altos e preparar um orçamento pode ajudar muito. Esses tipos de dívidas aparecem em 3°, financiamento de carro, e 4° lugar na pesquisa com 10% e 8,5% respectivamente.

Os dois primeiros lugares da lista, cartão de crédito e carnês, nessa ordem, estão vinculados ao consumo e “diante dos impactos do hiperconsumo, ações educativas são bem-vindas” (ler mais sobre o assunto aqui).

Um dos impactos, como se pode ver pela pesquisa Peic, é um nível de endividamento considerável. E aqui observo que a pesquisa não entra em detalhes dos impactos, das consequências, do endividamento na vida das pessoas. Seria interessante que o leitor refletisse sobre a própria situação, principalmente os que se encontram na situação de endividamento.

Ações educativas podem contribuir para consumir de forma consciente e para evitar o consumismo compulsivo. Não é errado querer as coisas que não são essenciais, mas o melhor é que as decisões de consumo sejam tomadas com equilíbrio entre a razão e a emoção.

Este equilíbrio pode ser conseguido com boas noções de educação financeira, um processo educativo que pode contribuir para uma vida melhor.

Tudo de bom e até a próxima.

Créditos:

<a href=”https://br.freepik.com/fotos-vetores-gratis/cartao-de-visita”>Cartão de visita vetor criado por macrovector – br.freepik.com</a>

Um pouco sobre dívidas.

OPA! Tudo bem com vocês?

O final de um ano e o início do ano seguinte é uma época de muita alegria. E motivos não faltam afinal festejamos o Natal e o ano novo, recebemos o 13º, mais adiante tem carnaval, muitos eventos bons.

Mas, como já vimos, também é preciso prestar muita atenção em outros eventos: compras de natal, pagamento de IPTU, IPVA, matrícula, material e uniformes escolares, etc. São despesas que se somam às despesas usuais e é necessário mais recursos. Os cuidados com esses eventos se justificam para evitar começar o ano fazendo muitas dívidas.

A imagem deste post é uma piada com uma situação muito comum nesta época do ano. A pessoa recebe o 13º, paga as dívidas e logo em seguida faz mais dívidas. Não é uma boa maneira de começar o ano, mas pesquisas recentes mostram que a proporção de famílias brasileiras terminaram 2018 e vão começar 2019 endividadas e em proporção considerável. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mais da metade das famílias brasileiras, 60,1%, encontravam – se endividadas em janeiro de 2019. OPA! Muita gente.

A Peic é uma pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010 e pode ser consultada aqui:

http://cnc.org.br/central-do-conhecimento/pesquisas/economia/pesquisa-de-endividamento-e-inadimplencia-do-consumido-11

Alguns pontos que destaco dessa pesquisa:

Em janeiro de 2019:

  • Famílias endividadas: 60,1%.
  • Famílias com conta em atraso (inadimplentes): 22,9%.
  • Famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso: 9,1%.

Valores médios para o período de julho de 2018 a janeiro de 2019:

  • Famílias endividadas: 60,3%.
  • Famílias com conta em atraso (inadimplentes): 23,3%.
  • Famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso: 9,5%.
  • 50,5% dos endividados tinham entre 11% e 50% da renda comprometida com a dívida.
  • 20,1% dos endividados tinham mais de 50% da renda comprometida com a dívida.
  • A parcela média da renda comprometida com a dívida é 29,5%.

Aproveito a oportunidade para lembrar o que é dívida:

“É uma quantia que se tem de pagar a alguém.”

E também lembrar que nem sempre as dívidas são problemas. OPA! Como assim?

Caso você tenha controle sobre o seu orçamento, consiga controlar os gastos e tenha uma previsão de quitação, a dívida não deve se tornar um problema. Mesmo que sejam dívidas geradas por financiamentos de valores altos, como carro e casa.

O tipo de dívida de maior proporção apresentado pela pesquisa é o cartão de crédito. Uma simples compra com um cartão de crédito gera uma dívida e o melhor a se fazer é pagar na data de vencimento do cartão para não pagar juros. Evite o parcelamento! Lembre – se também que vivemos na “Sociedade do Hiperconsumo” (clique aqui para ler) e quem seguir o ritmo exagerado de consumo característico dessa sociedade, ainda mais com o apoio das facilidades que um cartão de crédito oferece, pode se deparar com dificuldades de pagamento em pouco tempo.

Crédito é uma fonte adicional de recursos que possibilita a antecipação do consumo.  São recursos obtidos de terceiros, não são seus e se você pegar muito pode ter problemas para pagar depois. Então prepare – se, faça o seu planejamento (use a orientação OPA), pense em consumir com segurança. Agindo assim a dívida do cartão não será um problema.

Voltando às dívidas das famílias, a pesquisa indica que a proporção de famílias endividadas é grande, porém a proporção de inadimplentes é bem menor e das que não terão condições de pagar as dívidas em atraso é menor ainda. Mesmo assim é preciso cuidado com a situação.

Outro ponto que observo é a parcela da renda comprometida com a dívida. Entre julho/18 e janeiro/19 20,1% dos endividados tinham mais de 50% da renda comprometida com a dívida, parcela de comprometimento alta não acha? Para alguém nessa situação, quais seriam as consequências de um imprevisto?

A parcela média da renda comprometida é mais baixa, encontra – se em torno de 29%, mas mesmo assim é considerável.

Seria possível escrever mais sobre os resultados da pesquisa, mas, se você já leu o texto até aqui, agora pense na sua situação! Avalie a sua situação e tome as medidas necessárias. Você pode fazer uma avaliação da situação respondendo às seguintes perguntas (é um bom início):

  • Você está muito ou pouco endividado?
  • Qual a parcela de sua renda está comprometida?
  • Você está com contas em atraso?
  • Está em condições de pagar as dívidas em atraso?

Mais uma evidência da importância da educação financeira. Até a próxima.