OPA! Tudo bem com vocês?
O final de um ano e o início do ano seguinte é uma época de muita alegria. E motivos não faltam afinal festejamos o Natal e o ano novo, recebemos o 13º, mais adiante tem carnaval, muitos eventos bons.
Mas, como já vimos, também é preciso prestar muita atenção em outros eventos: compras de natal, pagamento de IPTU, IPVA, matrícula, material e uniformes escolares, etc. São despesas que se somam às despesas usuais e é necessário mais recursos. Os cuidados com esses eventos se justificam para evitar começar o ano fazendo muitas dívidas.
A imagem deste post é uma piada com uma situação muito comum nesta época do ano. A pessoa recebe o 13º, paga as dívidas e logo em seguida faz mais dívidas. Não é uma boa maneira de começar o ano, mas pesquisas recentes mostram que a proporção de famílias brasileiras terminaram 2018 e vão começar 2019 endividadas e em proporção considerável. Segundo a Pesquisa de Endividamento e Inadimplência do Consumidor (Peic) mais da metade das famílias brasileiras, 60,1%, encontravam – se endividadas em janeiro de 2019. OPA! Muita gente.
A Peic é uma pesquisa mensal realizada pela Confederação Nacional do Comércio de Bens, Serviços e Turismo (CNC) desde janeiro de 2010 e pode ser consultada aqui:
http://cnc.org.br/central-do-conhecimento/pesquisas/economia/pesquisa-de-endividamento-e-inadimplencia-do-consumido-11
Alguns pontos que destaco dessa pesquisa:
Em janeiro de 2019:
- Famílias endividadas: 60,1%.
- Famílias com conta em atraso (inadimplentes): 22,9%.
- Famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso: 9,1%.
Valores médios para o período de julho de 2018 a janeiro de 2019:
- Famílias endividadas: 60,3%.
- Famílias com conta em atraso (inadimplentes): 23,3%.
- Famílias que não terão condições de pagar as dívidas em atraso: 9,5%.
- 50,5% dos endividados tinham entre 11% e 50% da renda comprometida com a dívida.
- 20,1% dos endividados tinham mais de 50% da renda comprometida com a dívida.
- A parcela média da renda comprometida com a dívida é 29,5%.
Aproveito a oportunidade para lembrar o que é dívida:
“É uma quantia que se tem de pagar a alguém.”
E também lembrar que nem sempre as dívidas são problemas. OPA! Como assim?
Caso você tenha controle sobre o seu orçamento, consiga controlar os gastos e tenha uma previsão de quitação, a dívida não deve se tornar um problema. Mesmo que sejam dívidas geradas por financiamentos de valores altos, como carro e casa.
O tipo de dívida de maior proporção apresentado pela pesquisa é o cartão de crédito. Uma simples compra com um cartão de crédito gera uma dívida e o melhor a se fazer é pagar na data de vencimento do cartão para não pagar juros. Evite o parcelamento! Lembre – se também que vivemos na “Sociedade do Hiperconsumo” (clique aqui para ler) e quem seguir o ritmo exagerado de consumo característico dessa sociedade, ainda mais com o apoio das facilidades que um cartão de crédito oferece, pode se deparar com dificuldades de pagamento em pouco tempo.
Crédito é uma fonte adicional de recursos que possibilita a antecipação do consumo. São recursos obtidos de terceiros, não são seus e se você pegar muito pode ter problemas para pagar depois. Então prepare – se, faça o seu planejamento (use a orientação OPA), pense em consumir com segurança. Agindo assim a dívida do cartão não será um problema.
Voltando às dívidas das famílias, a pesquisa indica que a proporção de famílias endividadas é grande, porém a proporção de inadimplentes é bem menor e das que não terão condições de pagar as dívidas em atraso é menor ainda. Mesmo assim é preciso cuidado com a situação.
Outro ponto que observo é a parcela da renda comprometida com a dívida. Entre julho/18 e janeiro/19 20,1% dos endividados tinham mais de 50% da renda comprometida com a dívida, parcela de comprometimento alta não acha? Para alguém nessa situação, quais seriam as consequências de um imprevisto?
A parcela média da renda comprometida é mais baixa, encontra – se em torno de 29%, mas mesmo assim é considerável.
Seria possível escrever mais sobre os resultados da pesquisa, mas, se você já leu o texto até aqui, agora pense na sua situação! Avalie a sua situação e tome as medidas necessárias. Você pode fazer uma avaliação da situação respondendo às seguintes perguntas (é um bom início):
- Você está muito ou pouco endividado?
- Qual a parcela de sua renda está comprometida?
- Você está com contas em atraso?
- Está em condições de pagar as dívidas em atraso?
Mais uma evidência da importância da educação financeira. Até a próxima.